terça-feira, 27 de março de 2012

Identificação de conteúdos das imagens

The Cliff of the Two-Dimensional World by Babak Anasori, Michael Naguib, Yury Gogotsi, and Michel W. Barsoum
Copiado de Smithsonian.com
Olhe com atenção para a imagem acima e tente adivinhar o local de onde a imagem foi registrada. Trata-se de uma fotografia eletrônica, analógica que, porém não representa uma paisagem do Grand Canyon ou nenhuma outra formação rochosa passível de escaladas ou simples admiração turística. O autor da imagem anota que a imagem remete à lateral de uma montanha em Utah, nos Estados Unidos. Como meu imaginário de alpinismo nunca foi além de filmes e algumas jornadas em regiões mais vegetalmente densas no Brasil, não posso deixar de "comprar" a ideia. 

A imagem, no entanto, foi obtida por microscopia eletrônica aplicada a finas camadas de componentes de base de titânio. Cada "fatia" de "rocha" representa uma camada de apenas cinco átomos de espessura. Seus autores a incluíram no concurso mundial de imagens científicas da Revista National Science Foundation e de engenharia e ganharam o prêmio "Escolha do Público".

O episódio, além de nos alertar quanto às, sempre, imprecisas identificações de conteúdo, quando feitas por pessoas sem familiaridade com as ações geradoras das imagens abre interessante flanco para a discussão dos limites da compreensão dos documentos com equivalentes ao conteúdo manifestado. A imagem em pauta é a mesma (talvez com significativas variações de resolução) em pelo menos 7 contextos distintos:
  1. como registro experimental no laboratório dos autores, nesse caso sem nenhum finalidade estética;
  2. como cópia de tal registro, inscrita como documento original no concurso de imagens, nesse caso sem nenhuma finalidade científica experimental;
  3. como possível candidata à premiação ao ser difundida pela revista científica aos seus leitores e demais votantes;
  4. como registro de imagem premiada nos arquivos da revista promotora do concurso
  5. como registro de premiação recebida pelos elaboradores da imagem
  6. como imagem a ser comercializada para agências de notícias mundiais ao longo do mundo
  7. como cópia de tudo isso na presente postagem
Em todos esses casos o conteúdo (grosso modo) é o mesmo, porém os contextos documentais são completamente distintos e geraram documentos únicos, do ponto de vista arquivístico, que demandarão tratamentos diferenciados do ponto de vista da classificação e da descrição contextual. 

Longe de representar uma excepcionalidade o exemplo acima é bastante corriqueiro nos arquivos de administrações com serviço centralizado de registro, armazenamento e divulgação fotográficas, como é o caso de assessorias de imprensa e secretarias de comunicação. Em diversos posts de pesquisa da equipe GPAF em Brasília, sobretudo relacionados ao CEDOC/UnB e ao Arquivo Público do Distrito Federal, pode-se notar como a organização, supostamente arquivística, erroneamente mescla documentos e funções distintas como se fossem únicos, relacionando-os apenas ao fotógrafo (como se ele fora o titular arquivístico) e ao conteúdo imagético produzido. 

Do mesmo modo que elencamos, em uma breve reflexão, 7 contextos arquivísticos distintos para uma mesma imagem, a correta identificação e contextualização de fotos nas instituições mencionadas deveria fazer exercício similar e buscar compreender melhor os reais trâmites administrativos da produção institucional de documentos fotográficos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Reuniões semanais do GPAF

O núcleo da UNB do GPAF reuniu-se sexta-feira, 2 de março, para definição do horário das reuniões semanais do grupo. Os encontros têm como objetivo a discussão de temas e projetos relacionados ao GPAF e a cada semana um participante do grupo apresentará idéias de um novo assunto.

As reuniões acontecerão toda SEXTA-FEIRA (exceto feriados), às 16 horas. A participação dos integrantes do grupo é de extrema importância para que todos contribuam para as discussões e projetos em andamento.

Foi decidido um cronograma inicial indicando os coordenadores de discussão de cada semana, a partir daqueles que estiveram presentes na reunião do dia 2. Os integrantes interessados em participar das reuniões semanais deverão escolher e divulgar as datas seguintes para suas apresentações.

Como produto das reuniões, foi decidido que as discussões devem gerar textos que serão publicados em formas de post no blog do DIGIFOTO. A responsabilidade do post é do coordenador da semana, mas a elaboração do texto pode ser feita em grupo ou individualmente.

Contamos com a presença de todos para que as reuniões do GPAF colaborem para a evolução das discussões sobre a organização de acervos imagéticos e dos projetos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado que estão em andamento.

Aproveitamos para convidar todos os interessados em discutir os temas do Grupo para participarem das reuniões presenciais e também contribuírem com seus conhecimentos através dos comentários nas postagens que serão produtos destas reuniões.

Não esqueçam de se inscrever no blog para receber suas atualizações!